O público tem apenas até o próximo dia 07 para visitar a mostra “Sérvulo Esmeraldo: Linha e Luz”. Ambientada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, a grande retrospectiva do artista plástico cearense terá lançamento de catálogo e bate-papo com os curadores Dodora Guimarães Esmeraldo e Marcus de Lontra Costa, no dia 03 de agosto, às 18h30. Esta é a primeira grande retrospectiva do artista, pilar da arte construtiva brasileira. A exposição já recebeu mais de 90 mil visitantes.

“Sérvulo cria sempre elementos repletos de encantamento, tangenciando com a Op Art e o surrealismo, com a surpresa, e sempre na consciência de que a geometria é a essência da arte.”
Marcus de Lontra Costa

“Existe na natureza alguma coisa mais misteriosa do que a luz? Aparece e desaparece, se decompõe e se recompõe. Sem desgaste. E a sua velocidade nunca iguala. Coisa de Deuses.”
Sérvulo Esmeraldo

A mostra sintetiza a extensa produção do artista cearense falecido em 2017, aos 87 anos, e apresenta 110 obras de diversas dimensões em variados materiais. Trabalhos de potência gráfica, outros de cromatismo intenso, objetos em movimento real ou virtual, obras que definem o talento e a inteligência do artista que deixou grande legado nas diversas linguagens em que transitou.

A exposição traz desde pequenos trabalhos de Sérvulo, de sua história inicial, como gravador, como pesquisador da linha e das texturas, do plano e da bidimensionalidade, até sua transposição para o espaço tridimensional. Graças ao Instituto Sérvulo Esmeraldo, sediado em Fortaleza, foi possível trazer a público obras que integram um patrimônio artístico de extraordinário valor.

Sérvulo Esmeraldo nasceu na cidade do Crato, no Cariri cearense, região carregada de cultura e beleza em pleno Brasil profundo. Como a maioria dos artistas da sua geração, ele iniciou seus trabalhos a partir da observação da paisagem. De imediato, o artista se interessou pelo movimento, pela transformação dos fenômenos da natureza, pela dinâmica dos corpos e pela dialética do saber.

“Ainda criança, Sérvulo começou a produzir pequenas engenhocas que se apropriavam da corrente dos riachos abundantes na região. Nessa busca entre os fenômenos naturais e a intervenção humana, o artista aproxima arte e ciência, processo e criação, objetividade e liberdade criativa. A percepção de determinada equação visual descoberta pela observação da paisagem é imediatamente respondida pela ação transformadora do artista”, afirma Marcus de Lontra Costa, que divide a curadoria com Dodora Guimaraes Esmeraldo, viúva do artista e que está a frente do Instituto Sérvulo Esmeraldo.

Ao longo de toda sua vida, Sérvulo morou em Fortaleza, em São Paulo, no Rio de Janeiro, e depois, por duas décadas, em Paris. Em meados da década de 1970, o artista retorna à Fortaleza e suas obras incorporam a cor e a monumentalidade. Sérvulo, viajante, jamais deixou de ser o menino curioso do Crato. Por isso, suas obras se distanciam da austeridade construtiva e se afirmam como elementos carregados de beleza, inquietude e sedução.

“Diferentemente da tradição de austeridade do construtivismo modernista, Sérvulo Esmeraldo cria poesias com sua ação geométrica. Suas esculturas se originam de profunda sensibilidade gráfica. Por isto, são sempre desenhos nos espaços. [Suas obras] se articulam, se movimentam, são objetos cinéticos algumas vezes, são objetos da transparência, objetos da sedução e do encantamento. Sérvulo cria uma geometria feliz. Uma geometria poética e romântica”, acrescenta Marcus de Lontra Costa.

Os ingressos para o bate-papo com os curadores podem ser retirados, gratuitamente, na bilheteria física ou virtual (bb.com.br/cultura) uma hora antes do início do evento. Com distribuição gratuita, o catálogo não é disponível para venda, mas o CCBB disponibiliza a versão digital no site bb.com.br/cultura.

Após o Rio de Janeiro, a exposição segue para o CCBB São Paulo, em temporada que vai de 29 de agosto a 20 de novembro de 2023.