Internada em uma UTI, após um grave infarto no miocárdio, Doralice entrega a seu médico, um velho amigo, não só a responsabilidade pela sua saúde, como seus diários, dois grossos cadernos escritos ao longo de meses de internação. Os dois se conheceram nos tempos de faculdade e viveram um grande amor no passado, mas a falta de maturidade na época os impediu de selar a relação. Agora, eles se encontram no hospital, ela na maca, em estado crítico, e ele como seu homeopata e depositário de suas histórias de vida. Esse é o fio condutor de “A história de Doralice”, novo romance de Maria Dolores Wanderley. A ficção em prosa poética tem selo da Editora Circuito.

“A história de Doralice” é o terceiro romance desta geóloga e ex-professora do programa de pós-graduação em Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Paralelamente à sua carreira no campo das ciências naturais, Dolores construiu sua trajetória também na área de literatura. Entre 2001 e 2016, ela publicou seis livros de poesia. Em 2010, lançou um ensaio fotográfico-poético sobre as formas.

Em 2010 e 2015, mais dois livros de contos. Com a chegada da aposentadoria, a dedicação às letras ganhou tempo integral. Seu primeiro romance, “Baracho”, saiu em 2018, pela Editora Lacre. Em setembro de 2022, ela publicou “Bianca Natividade”, pela Editora Circuito. Agora, um ano depois, Dolores lança “A História de Doralice”, também pela Editora Circuito, comandada pelo poeta e curador Renato Rezende.

“São muitos os níveis de leitura deste pequeno romance aparentemente simples, mas que consolida Maria Dolores Wanderley como uma das vozes femininas mais singulares da atual literatura brasileira”, diz o editor. “Dolores tem a rara capacidade de tratar de temas profundos mantendo-se no campo daquilo que desarma e comove, distante de falsos virtuosismos literários ou inócuas pretensões intelectuais”, sintetiza Rezende. Com 136 páginas, o livro é ilustrado com desenhos da própria autora, que também é artista visual.

Maria Dolores Wanderley