“Do estranho lugar que me habita”, exposição coletiva na Galeria Reserva Cultural em parceria com a Eixo Arte Contemporânea, terá vernissage nesta quinta-feira, dia 28, às 20h. A curadoria é de Vilmar Madruga e a mostra tem participação de três artistas da novíssima geração: Fernanda Mafra, João Paulo Racy e Yago Toscano.

A exposição pretende refletir sobre o estranho na linguagem e as relações de afeto, poder e desejo que nela habitam. Fernanda Mafra é catarinense e hoje vive e trabalha entre o Santa Catarina e Rio de Janeiro, onde frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, além de residências artísticas e grupos de estudos independentes. João Paulo Racy é graduado em fotografia e mestrando em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ, enquanto Yago Toscano é graduando em Artes Visuais e vive e trabalha na Baixada Fluminense, o que para ele é fundamental para desenvolver as muitas questões que lhe interessam como artista.

“A linguagem é algo que nos define. Por meio dela estabelecemos relações de afeto, poder e desejo. Refletir sobre a linguagem e o estranho que nela habita, é uma potente ferramenta utilizada pela arte para falar não só da relação entre o homem e o mundo, mas também sobre o surgimento neste sujeito de uma espécie de estrangeiro, um lugar estranho, inquietante, sombrio e obscuro.

Desta forma, há uma espécie de ultrapassagem: o sujeito é atropelado por outro sujeito que ele desconhece pelo menos de maneira consciente, mas com o qual se relaciona. Convoca-se nessa mostra as produções artísticas de três artistas. Fernanda Mafra interessa-se pelo presente e pela função plástica e poética da epiderme, em uma espécie de lugar-outro, em que a verdadeira matéria aparece camuflada, negando ao olhar este outro-real contido no objeto.

João Paulo Racy reflete sobre a homogeneização do espaço urbano. No entanto, dele participa não apenas sob o olhar crítico, mas leva consigo este não-lugar utópico. Yago Toscano tangencia questões como a redenção do olhar ou do corpo do observador refletindo sobre produções de fenômenos sociais e de impasses vividos pelos meios de expressão e produção do sujeito. Suas criações se afirmam no momento em que cruza a fronteira do estabelecido e de sua própria identidade.

Nestes estranhos lugares o sujeito não é senhor de si mesmo. Será sempre um estrangeiro, um estranho em sua própria casa, movido pelo desejo e por uma verdade nem sempre re(velada).”

Vilmar Madruga

“Do estranho lugar que me habita” poderá ser visitada até 24 de março. A Galeria Reserva Cultural fica na Av. Visconde do Rio Branco 880, em São Domingos, Niterói.