A partir da década de 1970, a pesquisa artística de Amelia Toledo adquire um caráter profundamente experimental, com um interesse voltado para formas orgânicas e linguagens pouco usuais. Dentre os trabalhos históricos e emblemáticos da artista desenvolvidos nesta época, está “Divino Maravilhoso – Para Caetano Veloso” (1971), um livro de artista dedicado ao cantor e compositor, que convida o leitor a abrir e montar o livro em uma exploração da sua plasticidade.

Nas palavras do curador Agnaldo Farias: “As unidades do trabalho não são páginas e nem são elas que conferem a organização, mas sim as visualidades que estabelecem quando montadas. Mesmo assim, esta imagem a ser formada não se ressente se o leitor-usuário a compõem à sua maneira – é sempre tempo de reconstruir, e não vou ser eu quem vai proibir.”

Este e outros trabalhos fazem parte de “O rio (e o voo) de Amelia no Rio”, que segue em exibição até 21 de outubro na galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro.