A realidade no Brasil sempre bate à porta, por mais que sonhos, nem tão grandes assim, e utopias, igualmente modestas, frequentem o nosso imaginário vez por outra.

Agora, nestes dias sombrios, o passado volta com tudo: o enfrentamento à corrupção, que parecia ter chegado pra ficar, foi revogado da vida nacional; os juros altos, a disparada do dólar e até a inflação, proscrita pelo Plano Real no final do século passado, deram às caras.

Com o desarranjo da economia retornam com mais intensidade, o desemprego, a miséria, a fome. É a chamada tragédia brasileira. Difícil ser otimista num país aprisionado numa redoma de insucessos, condenado a ciclos tão repetitivos quanto perversos.

Por trás de tudo isso, há a lucrativa apropriação do estado por uma pequena parcela da população. Movimentos libertários, desde Tiradentes, não tiveram o êxito esperado. Livrar o país das mãos de quem o mantém aprisionado, continua sendo a missão dos brasileiros.

Com toda a certeza não é tarefa para apenas um homem. Enquanto acharmos que um ser iluminado surgirá do nada para salvar a pátria, seguiremos no pântano mergulhados sonhos e utopias.