“Aleito” é um monólogo teatral protagonizado por Paula Furtado, com dramaturgia de Lane Lopes e dirigido por Helena Panno. No espetáculo, o público acompanha uma mulher esquecida pelos outros e esquecida de si mesma após décadas de vida dedicadas à família e ao trabalho doméstico. A partir de lembranças fragmentadas, ela vai contando sua história e, pela primeira vez, tomando as rédeas do seu destino. A peça fica em cartaz às sextas-feiras e sábados até 8 de outubro, no teatro do Centro Cultural Justiça Federal, na Cinelândia.

Crédito: Larissa Brujin

Concebida e executada exclusivamente por mulheres, “Aleito” fala da invisibilidade do trabalho feminino, tanto no campo doméstico como na maternidade. Com grande força e lirismo, o espetáculo propõe uma reflexão sobre subjetividade feminina, memória e envelhecimento. “É uma homenagem às mulheres que vieram antes de nós. Um olhar atento e sensível para o nosso passado e um convite para pensarmos o futuro”, diz Helena Panno.

A peça, desenvolvida pelo coletivo Uma Película, entra no âmbito das narrativas secretas de mulheres que perderam a memória, o sobrenome, a autonomia e a liberdade: mulheres dadas como loucas, matrimônios forçados, agressões acobertadas. “O espetáculo desloca as contradições do âmbito doméstico para o espaço público e para o debate. É uma inspiração para repensarmos os papéis de gênero e as heranças culturais”, explica Lane Lopes.

O Centro Cultural Justiça Federal fica na Av. Rio Branco 241, Cinelândia – Centro.