O Coletivo Caiçara celebra dois anos de atividade da Oficina de Arte dos Pescadores Artesanais de Piratininga com uma exposição no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niterói. A oficina se revelou uma verdadeira rede de afetos, saberes e fazeres, formada a partir de convite do mestre Cleber e da comunidade pesqueira local.

O barracão onde seu Euclides consertava canoas de um pau só abriga a oficina e, mais recentemente, o Espaço de Memória da Canoa. A mostra exibe uma seleção de obras que incentivam o resgate da cultura caiçara e dos povos originários, valorizando a pesca artesanal e a preservação do meio ambiente. Em suas práticas, o coletivo restitui um olhar para esta herança cultural sob um viés contemporâneo.

Capela de Iemanjá feita a partir de banheira descartada.

 

Tribal: acrílica sobre bambus.

“Todo o mar que houver nessa vida

Assobiar no mar chama vento. Viver nele chama poesia. É assim com o Coletivo Caiçara. Gente que se mistura ao barro, à tinta, entre fios, santos, cachaça. Esta rede de afetos, saberes e fazeres  surgiu na Oficina de Arte dos Pescadores Artesanais da Prainha de Piratininga em Niterói, em 18 de dezembro de 2020, a convite do mestre Cleber e da comunidade pesqueira local.

No mesmo barracão onde seu Euclides consertava as canoas de um pau só, passou a funcionar a oficina e, mais recentemente, o Espaço de Memória da Canoa. São operações que  incentivam o resgate da cultura caiçara e dos povos originários, valorizam a pesca artesanal
e a preservação do meio ambiente.

Em suas práticas, o coletivo restitui esse olhar para esta herança cultural sob um viés contemporâneo. Mas, acima de tudo, dá sentido ao que seus corpos narram diante de tanto mar. Tanto horizonte. Um percurso de gente que durante dois anos andou junta, se alegrou e se assustou com o mundo.  E  narrou isto à sua maneira. Como mentira de pescador: Juro que foi assim que eu vi!”

Vilmar Madruga, oficineiro e coordenador

Lula: intervenção urbana.

Maré/objeto: cerâmica, madeira e rede de pesca.

À deriva: cerâmica espelho e louca ágatha.

O projeto também apresenta oficinas de arte abertas à comunidade. A exposição pode ser visitada até 31 de março, sempre de terça à sexta-feira, das 11h às 16h. O Museu de Arqueologia de Itaipu fica na Praça de Itaipu, na entrada da Vila de Pescadores.