Inspirados pelo pensamento de volatilidade presente na expressão “amores líquidos”, criada pelo polonês Zigmunt Bauman, Rose Maiorana e Tarso Sarraf fazem um convite à reflexão sobre os sentimentos nutridos pelo ecossistema amazônico e marajoara, além do olhar que lançamos sobre eles.
O duo de artistas inaugura a exposição “Amazônia Líquida”, na próxima terça-feira (16), na New Gallery, em São Paulo, reunindo cerca de 40 obras que têm como base fotografias de Tarso produzidas em um trabalho de campo, na Ilha de Marajó, entre 2020 e 2021, com intervenções coloridas pintadas por Rose.
A primeira parceria entre os dois aconteceu em 2022, quando Rose incluiu, em uma individual sua, uma obra inédita que consistia em uma intervenção em pintura sobre uma foto de Tarso. Nascia ali o embrião deste projeto, que deve ir longe: a ideia da dupla é viajar com a mostra para outros lugares, dentro e fora do Brasil, com produção da Arte2.
A liquidez exponencial contida no bioma amazônico também tem no arquipélago uma vasta presença. Abundante em águas, também possuem vivacidade e multiplicidade de povos, de olhares, de culturas, de sabores, de religiões, de misticismos e de essências.
Donos de uma riqueza natural sem igual, o que confere toda notoriedade que ganharam em tabloides, falas de personalidades, destinos de celebridades, entre outros espaços de protagonismo, declinam a meros coadjuvantes quando o assunto são recursos para iniciativas de preservação e desenvolvimento socioambiental.
Esses espaços geográficos transcendem aquilo que vagamente se imagina sobre eles, mas Rose Maiorana e Tarso Sarraf, na exposição “Amazônia Líquida”, apresentam, com propriedade na fala e no olhar, seus vieses artísticos por meio de telas e retratos.
“Amazônia Líquida” pode ser visitada até 9 de junho. A New Gallery fica na rua Padre Garcia Velho 173, Pinheiros.