Organizada em colaboração com o Musée de la musique – Philharmonie de Paris, “À plein volume: Basquiat et la musique” é a primeira grande exposição multidisciplinar dedicada ao lugar da música na obra de Jean-Michel Basquiat, considerado um dos artistas mais inovadores da segunda metade do século XX. A exposição pode ser visitada no Musée des Beaux-Arts de Montréal até 19 de fevereiro.

A música é parte integrante da prática pictórica de Jean-Michel Basquiat como signo, símbolo e som. Os instrumentos abundam, assim como as referências a diversos gêneros musicais, como a ópera, a música clássica, o jazz, o be-bop, o hip-hop e o rap. Reunindo cerca de uma centena de obras do artista, além de inúmeros clipes sonoros, filmes e documentos de arquivo, a exposição traz um olhar aprofundado sobre sua trajetória como músico, os sons que traduziu para a pintura e os músicos que o inspiraram , de Beethoven a artistas da cena underground novaiorquina dos anos 1970 e 1980, incluindo Charlie Parker, Miles Davis e Maria Callas.

Partindo de uma exploração da música que moldou a Nova York de Basquiat, a exposição lança uma nova luz sobre sua carreira como intérprete e músico, principalmente dentro do grupo Gray. A mostra também investiga suas técnicas de composição pictórica em relação à música e faz referência às suas conexões com gravadoras, músicos, culturas ou sons específicos.

Para Basquiat, a música era uma mensagem, especialmente sobre a migração transatlântica de formas culturais e a brutal realidade do racismo vivenciado por artistas negros. Seu compromisso com a diáspora africana e com a política racial nos Estados Unidos é um dos pontos comuns da exposição. Ancorando a obra do artista em nossa época, também é de grande pertinência o lugar que esta ocupa na cultura contemporânea.