Em mais de 50 anos de carreira, Miguel Rio Branco construiu uma obra singular, marcada pelo cruzamento entre a fotografia, o cinema, a instalação e a pintura. Sua produção fotográfica é o foco da exposição “Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas”, que o Instituto Moreira Salles Rio inaugura neste sábado, dia 19, com a presença do artista.

A mostra, com obras produzidas especialmente para a apresentação no IMS, é resultado de um mergulho de Rio Branco em seu próprio arquivo. Ao rever sua produção, o artista cria conexões e diálogos entre suas fotografias, atribuindo novos sentidos às imagens. Com entrada gratuita, a exposição tem curadoria de Rio Branco e Thyago Nogueira, coordenador da área de Fotografia Contemporânea do IMS.


A seleção reúne trabalhos produzidos desde os anos 1970, quando Rio Branco iniciava as experimentações com a fotografia, até os dias de hoje. Destaque para as séries Coração, espelho da carne, premiada em 1980 na I Trienal de Fotografia do MAM/SP, e Mona Lisa (1973), sequência fotografada em um bordel no município de Luziânia (GO), no entorno do Distrito Federal. Outro destaque é a rara série New York Sketches, produzida em preto e branco em Nova York, entre 1970 e 1972, quando morou na cidade e conviveu com artistas como Hélio Oiticica, Antonio Dias e Rubens Gerchman.