Os poderes se apresentam, neste momento, em sentido oposto ao previsto na Constituição: nada têm de independentes, vide união de Executivo e Legislativo pra saquear o orçamento público. E a desarmonia é generalizada.

A exibição ao público do coração de Pedro I num pote de formol, nas comemorações dos 200 anos da Independência, é algo tão repulsivo quanto de mau gosto. É a metáfora desse momento do país.

Não creio em golpe com dia e hora marcados. O país já está sendo golpeado ininterruptamente. Governo, centrão & simpatizantes montaram uma grande empresa de demolição. A estrutura pública está em ruínas, os recursos vão sendo engolidos em emendas secretas e a dignidade foi para o espaço.

Do escritor Israelense Amós Oz (1939-2018):

“Nunca vi um fanático bem humorado e também nunca soube de alguém bem humorado tornar-se um fanático”.

A tomada da Petrobras é o fim de feira do governo Bolsonaro. Cairá nas mãos do próprio, de Lira, de Valdemar Costa, Ciro Nogueiro & Cia. Xepa valiosa.

A profecia das forças armadas, de que o mundo queria a Amazônia, enfim se confirmou. Nada, porém de França, Estados Unidos ou Alemanha, países sobre os quais pesavam as suspeitas dos militares nativos. Com apoio, ou criminosa omissão do governo, a região foi dominada pelo que há de pior na face do planeta: traficantes, garimpeiros, contrabandistas, mercenários (ex-farcs), grileiros, madeireiros, caçadores e por aí vai. É a lei da selva.