Emocionante a coragem das mulheres do Irã em sucessivos atos contra a ditadura religiosa imposta pelos aiatolás. Elas pedem liberdade e também justiça por Mahsa Amini – morta num campo de reeducação pra onde foi enviada pela polícia moral do regime, por estar sem jihab (lenço de cabeça).

Os protestos começaram no funeral de Amini, há menos de um mês quando elas arrancaram os lenços de suas cabeças. Hoje, há grupos de mulheres por todo o país queimando lenços e cortando os cabelos aos gritos de “Mulher, vida, liberdade” e “morte ao ditador”, referência ao aiatolá Ali Khamenei.

O fato de as iranianas arriscarem suas vidas é um evidente sinal de que este é um movimento sem retorno contra décadas de opressão. Ou seja, agora também com o apoio dos homens, elas estão pedindo o fim da República Islâmica.

Pode ser uma nova revolução. Até aqui é claramente um movimento corajoso contra um regime de apartheid de gênero. Movimentos como esse, sabe-se como começam, mas ninguém faz ideia de como terminam.