O artista plástico Rafael Vicente celebra 28 anos de carreira com mostra em que expõe 70 obras inéditas – pinturas, óleos sobre tela em sua maioria, e uma instalação – no salão principal do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. A exposição, “Pontos de Fuga”, tem curadoria de Marcus Lontra e ocupará o MAC de 2 de julho a 28 de agosto.

“Trata-se de um artista com domínio dos seus meios expressivos e ao mesmo tempo inquieto e criativo, construindo, pedra a pedra, quadro a quadro, sua obra, sua verdade, sua história. E assim seguimos, as tardes caindo como viadutos e a gente insistindo em acreditar na arte como território de esperança e de resistência. Em tempos sombrios, a História nos ensina que a arte é a vestimenta sagrada dos bravos e corajosos.” Marcus Lontra

Rafael Vicente, nascido em Niterói, possui uma pesquisa artística bastante influenciada pela paisagem urbana, fazendo um uso notável das perspectivas e de uma paleta de cores que remete ao ambiente de grandes metrópoles. Suas pinturas se iniciam em telas e se expandem pelas pareces, invadindo o espaço expositivo. O artista vive e trabalha entre Rio de Janeiro e São Paulo. Ele é bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, e frequentou o curso de Análise e inserção na produção com Iole de Freitas, na EAV do Parque Lage, no Rio de Janeiro.

Quando abriu, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, em Niterói, sua primeira exposição, aos 18 anos, Rafael Vicente não imaginava que viria a ganhar importantes prêmios e que suas obras chegariam a lugares como França, Portugal, Holanda e Moçambique. Talvez ele sequer imaginasse que completaria 28 anos de carreira. Pois tal marca foi alcançada este ano, e a celebração será em um dos museus mais importantes do Brasil, o MAC.

Rafael coleciona importantes mostras em seu currículo, entre individuais e coletivas, sendo cinco delas internacionais. E isso tudo aos 46 anos. Mas agora o artista vai mostrar seu trabalho onde sempre sonhou nesses 28 anos de carreira: nesta magnífica obra de Oscar Niemeyer, o MAC Niterói.

Seu interesse pelas artes visuais se manifestou cedo, mais exatamente na casa onde passou a infância, em Icaraí, Niterói. Sua mãe, a artista plástica Maria das Graças Vicente, foi quem primeiro lhe apontou para aquela forma de expressão. E não tardaria para o que era um interesse vir a ser sua vocação. Sua formação se deu em duas das mais importantes instituições dedicadas ao tema no Rio de Janeiro: A Escola de Belas Artes da UFRJ – onde veio a ser professor entre 2005 e 2007 – e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), onde foi aluno de Iole de Freitas (1945), entre outros grandes nomes das artes. Além da própria Iole, a paulista Suzi Coralli (1963) é uma importante referência na identidade artística de Rafael Vicente.

Rafael Vicente foi o primeiro artista a ganhar, em 2003, o prêmio Novíssimos, concedido pelo Instituto Brasil-Estados Unidos (Ibeu). Da mesma instituição, ganharia no ano seguinte o Prêmio Ibeu de Artes Plásticas. Outros prêmios importantes são o Maimeri Brasil e o Haineken, em que uma de suas telas, vista na ocasião no Museu da República, no Rio de Janeiro, chegasse ao Museu Haineken, na Holanda.

O artista também cumpriu residências em países, como França (Pavé D’Orsay), Espanha (Casa Brasil de Madri, em 2002) e Moçambique, onde participou, em 2006, da Bienal Internacional realizada na capital Maputo. E, em cada uma dessas mostras, sua produção teve a chancela dos mais importantes curadores do país. São nomes como o de Vanda Klabin, Fabiana de Moraes, Jorge Salomão, além de Marcus Lontra, que assina a curadoria dessa exposição comemorativa. O artista atualmente é representado pelas Galerias Paulo Darzé, em Salvador, Galeria Referência, em Brasília, e Almacén Thebaldi, no Rio de Janeiro.

Ficha técnica:

Artista: Rafael Vicente
Curador: Marcus Lontra
Projeto Expográfico: Marcus Lontra e Gabriel Vicente
Montagem: Gabriel Vicente e Jorge Cupim
Iluminação: Antônio Mendel
Fotografia: Mario Grisolli

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói fica no Mirante da Boa Viagem s/n°.