“Troca-troca”, de Estela Sokol, como o título sugere, é uma obra de caráter interativo e experimental: composta por 18 módulos pictóricos realizados a partir da combinação de 18 diferentes cores de feltro que, alternados entre figura e fundo, operam como uma divertida brincadeira cromática.

O trabalho, em exposição na Carbono Galeria, em São Paulo,  é desdobramento da pesquisa da artista sobre pinturas realizadas sem o uso de tinta, que desta vez, apropria-se da paleta de cores de feltro disponível pela indústria para criar um policromático jogo entre figura e fundo. A única regra é a não repetição da cor do tecido que reveste o chassis de madeira e atua como fundo da pintura em outro quadro, bem como aquele que dá origem a forma que atua como figura.

Desta maneira, formas recortadas igualmente em feltro sugerindo o espectro de um pepino são apenas posicionadas horizontalmente sobre a então superfície encapada da pintura, permanecendo sobre esta o fundo da pintura em decorrência da força de atração e repulsão que as cargas elétricas exercem umas sobre as outras. O trabalho é ativado pelo espectador a partir da manipulação das figuras sobre os fundos.

O aspecto repetitivo e a justarelação da mesma forma em diferentes campos de cor atribui uma certa amplitude ao trabalho, em que os pepinos ganham aparência ora sensual, ora voadora.