Jacopo Crivelli Visconti será o curador da participação do Brasil na 59ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, isso depois de ter estado à frente da curadoria geral da 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto. Para representar o Brasil na mais antiga bienal do mundo, Crivelli Visconti, por sua vez, selecionou o alagoano Jonathas de Andrade (1982, Maceió), considerado pelo curador um dos artistas brasileiros mais representativos de sua geração:

“Jonathas de Andrade busca em seus trabalhos a ideia de uma cultura autenticamente popular, em todas as possíveis acepções e na intrínseca complexidade dessa definição. O corpo, principalmente masculino, é o eixo norteador para abordar temas como o universo do trabalho e do trabalhador, e a identidade do sujeito contemporâneo, por meio de metáforas que oscilam entre a nostalgia, o erotismo e a crítica histórica e política.”

Jonathas de Andrade. Foto: Jéssica Bernardo.

Para esta edição, Andrade está trabalhando em uma instalação inédita, comissionada para a ocasião, em diálogo com o tema da edição. Com curadoria de Cecilia Alemani, a Biennale Arte 2022 toma seu título do livro The Milk of Dreams [O leite dos sonhos], da artista surrealista Leonora Carrington (1917, Reino Unido – 2011, México). Para Alemani, “a artista descreve um mundo mágico em que a vida é constantemente repensada através do prisma da imaginação, e onde todos podem mudar, ser transformados, tornar-se outra coisa e outra pessoa. A exposição nos leva a uma jornada imaginária pelas metamorfoses do corpo e das definições de humanidade”.

Jacopo Crivelli Visconti, curador da 34ª Bienal de São Paulo. © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo