Morando atualmente no Rio de Janeiro, o mar inspirou “Como sobreviver a um naufrágio”, trabalho mais recente do artista na cidade, composto de desenhos, objetos tridimensionais, gravuras, um desenho instalativo e livros do próprio Diegues. São cerca de 40 trabalhos que, reunidos, partilham a experiência do naufrágio, da ruína e da falência mimética como ponto de fissura visual e conceitual com a realidade.

Seus trabalhos abordam o mar como uma ideia de paisagem, deslocamento, mas que também remete à ideia de afundamento e catástrofe. Os estudos percorrem diferentes representações do mar tradicional na História da Arte e na Ciência, além de abordar questões bélicas, mapas, cartografias e cartas náuticas.

A partir desses relatos, ele passa a pensar o naufrágio como uma metáfora visual e conceitual, já que não é apenas o corpo físico que afunda, mas também a ideia de um objetivo que não consegue se concluir. Este conceito inspirou Diegues a produzir gravuras, cadernos de desenho e a coletar imagens que tinham a ver com a vivência no Rio de Janeiro, buscando o sentido da representação do mar.

Sobre o artista

Márcio Diegues (1988-General Salgado, SP): é artista e professor, pesquisa o desenho como fio condutor de suas relações com a paisagem e o espaço, desdobrando-o em gravuras, livros de artista, objetos, instalações, ações de coleta e obras site specific. É graduado em Artes Visuais pela UEL, Londrina, em 2012, e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ, em 2017. Atualmente reside no Rio de Janeiro e é doutorando na linha de Processos Artísticos Contemporâneos no PPGARTES-UERJ, professor no curso de Artes Visuais da Univeritas-RJ, e professor substituto no Departamento de Desenho da EBA-UFMG.