A partir desta sexta-feira, dia 18, a exposição “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na coleção Andrea e José Olympio Pereira”, em cartaz no CCBB Rio, também poderá ser visitada virtualmente. Com tecnologia de fotografia digital 360º, o tour virtual permite um passeio completo pela mostra, como se o visitante estivesse caminhando pelas galerias do centro cultural, sem sair de casa. O acesso pode ser feito pelo site do CCBB Rio.

Além de poder percorrer virtualmente os espaços da exposição, o público ainda terá acesso às informações sobre cada obra, aos textos críticos e institucionais, em português, inglês e também em libras, tudo de forma simples e intuitiva, como se realmente estivesse no espaço físico da exposição. A visita virtual pode ser acessada gratuitamente e não requer instalação de aplicativos, podendo ser visualizada em desktops, notebooks, smartphones e tablets. A visitação presencial segue até o dia 26 de julho, com agendamento pelo site.

A mostra apresenta 119 obras de 68 artistas pertencentes à coleção do casal carioca, radicado em São Paulo há mais de 30 anos. Nos últimos anos, Andrea e José Olympio constam na lista publicada anualmente pela prestigiosa revista ARTnews como um dos 200 maiores colecionadores de arte do mundo. O conceito desta mostra chama a atenção para a importância do colecionismo no Brasil.

O conceito desta mostra chama a atenção para a importância do colecionismo no Brasil. “Arte é o alimento da alma, ela amplia o mundo, te leva para lugares, te leva a sonhar. O colecionismo é fundamental, além de sustentar a produção artística, é também uma forma de cuidar das obras, uma grande responsabilidade”, diz o casal, que começou a coleção na década de 1980 de forma despretensiosa, estudando e visitando exposições e leilões de arte. Hoje eles possuem cerca de 2,5 mil obras. “Temos na coleção somente trabalhos com os quais estabelecemos alguma relação. Pode ser uma obra que nos toca ou nos perturba, mas que mexe de alguma forma conosco. Poder expor a coleção é um privilégio para nós. É uma oportunidade de dividir a coleção com o grande público, de rever algumas obras e de vê-las em diálogo com outras, ganhando um novo significado”.

Véio (Cícero Alves dos Santos), “Sem título” (2009), foto João Liberato

O curador Raphael Fonseca foi convidado a pensar uma narrativa para a exposição a partir da coleção. A mostra ocupará as oito salas do primeiro andar do CCBB Rio a partir de núcleos temáticos, com obras de importantes artistas, de diferentes gerações, cobrindo um arco de 40 anos de arte contemporânea brasileira. A exposição apresenta obras em diferentes linguagens, como pintura, instalação, escultura, vídeo e fotografia. “A ideia é que o público veja cada sala como uma exposição diferente e que tenha uma experiência distinta em cada uma delas. Os contrastes e a diversidade da arte brasileira serão visíveis a partir da experiência do espectador”, afirma Raphael Fonseca.

Sem seguir uma ordem cronológica, a exposição traz desde trabalhos produzidos em 1981, como a escultura “Aquário completamente cheio”, de Waltercio Caldas, e a fotografia “Maloca”, de Claudia Andujar, até a pintura “De onde surgem os sonhos” (2021), de Jaider Esbell, mais recente aquisição da coleção. Obras raras, como pinturas de Mira Schendel (1919 -1988), produzidas em 1985, também integram a mostra, que exibe, ainda, obras pouco vistas publicamente, dos artistas Jorge Guinle, Laura Lima, Marcos Chaves e da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

Miguel Rio Branco, “BlueTango” (1884-2003), cibachrome

Vania Mignone, “Sem Título (ouviu)” 2010, foto Everton Ballardin

O CCBB Rio está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento online, controle da quantidade de pessoas no prédio (1/5 do fluxo antes da pandemia), fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.

“1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira” poderá ser visitada até 26 de julho, sempre de quarta à segunda-feira, das 9h às 18h. O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro fica na Rua Primeiro de Março, 66 – Centro. Entrada franca.

Antonio Malta Campos, “Caveira” (2007), foto Motivo