O Centro Cultural Banco do Brasil organiza o seminário online Encontros CCBB Sobre Acessibilidade Digital – uma série de debates e oficinas técnicas que abordarão conceitos, dados de mercado, dicas e melhores práticas para quem deseja produzir conteúdos culturais digitais mais inclusivos para todas os públicos. Durante o evento, também será divulgado o Estudo CCBB sobre Acesso a Arte e Cultura por Pessoas com Deficiência.

Destinados a produtores de conteúdo digital, curadores, professores, arte-educadores, pessoas com deficiência e todos aqueles que desejam uma Internet mais inclusiva, os encontros têm início no Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade (20 de maio) e se encerram em 14 de junho. As inscrições, inclusive para quem necessita de recursos de acessibilidade digital, devem ser feitas pelo site do evento.

Serão seis dias de debates e oficinas práticas com o objetivo de promover diálogos sobre acessibilidade digital e capacitar profissionais e interessados envolvidos na produção de conteúdo e criação de plataformas digitais, especialmente no âmbito da cultura e das artes. Os Encontros CCBB Sobre Acessibilidade Digital são uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil, com curadoria do Movimento Web Para Todos, patrocínio do Banco do Brasil, idealização e produção executiva da Agência Galo.

Simone Freire, curadora dos encontros e idealizadora do Movimento Web para Todos

“Os encontros acontecem em um momento extremamente oportuno para se debater a acessibilidade digital. Devido ao isolamento social que temos enfrentado há mais de um ano, a nossa conexão com o mundo passou a ser online: para conversar com familiares e amigos, trabalhar, estudar, comprar e se divertir”, contextualiza Simone Freire, curadora dos Encontros CCBB sobre Acessibilidade Digital e idealizadora do Movimento Web para Todos.

“Visitar uma exposição virtual sem recursos de audiodescrição, se você não possui a visão, ou participar de um debate online sem contar com a tradução para o seu próprio idioma (como Libras, utilizado por pessoas surdas sinalizadas) infelizmente ainda é a realidade em se tratando da experiência proporcionada para este público”, ela explica.

A especialista acrescenta que uma das grandes barreiras para transformar essa realidade de exclusão é a falta de conhecimento sobre a temática. “Acessibilidade digital não é um bicho-de-sete-cabeças. São diretrizes internacionais, inclusive já traduzidas para o português, que estão ao alcance de qualquer profissional que queira se apropriar desse conhecimento e contribuir para transformar a web brasileira em um espaço mais inclusivo para todo mundo”, acrescenta Simone.

Todos os debates e oficinas previstos nos Encontros CCBB Sobre Acessibilidade Digital têm também a participação de palestrantes e instrutores com deficiência e apresentam recursos de acessibilidade – interpretação em Libras, legendas em tempo real (estenotipia) e audiodescrição.

Viviane Sarraf, especialista em museologia e acessibilidade cultural, fundadora da Museus Acessíveis

Como parte da sequência de eventos promovida pelo CCBB em prol da acessibilidade digital, será lançado, em 14 de junho, último dia dos Encontros, o Estudo CCBB Sobre Acesso a Arte e Cultura por Pessoas com Deficiência, produzido para a ocasião pelo Movimento Web para Todos em parceria com a Agência Galo. Os dados a serem apresentados revelam um parecer das próprias pessoas com deficiência sobre a oferta de conteúdos culturais no contexto da acessibilidade digital. Os resultados da pesquisa serão debatidos por Viviane Sarraf, especialista em museologia e acessibilidade cultural, fundadora da Museus Acessíveis, e Simone Freire, do MWPT.

“A ideia do estudo é apresentar, pragmaticamente, mais indicativos que ajudem a colocar no radar de produtores de conteúdos uma parcela bastante grande da população, de mais de 45 milhões de pessoas, de acordo com o Censo do IBGE de 2010”, afirma Tales Rocha, da Agência Galo. “A pandemia tornou ainda mais urgente que além de medidas para garantir a acessibilidade arquitetônica em museus e galerias, as instituições, produtores e curadores se voltem também a considerar, cada vez mais, a acessibilidade digital”, completa.

Toda a programação será transmitida nas redes do CCBB – Youtube e Facebook. A participação é gratuita.