Audioguias, audiodescrição e outras produções sonoras são importantes ferramentas de acessibilidade e de memória. Guiado por áudios, o público pode ter acesso a outro tipo de experiência ao visitar uma exposição. Agora em contexto de isolamento social, a Fundação Bienal de São Paulo propõe um novo mergulho em seu vasto acervo produzido ao longo dos anos. No Soundcloud da Bienal, o público encontra registros sonoros produzidos desde a 30 × Bienal – Transformações na arte brasileira da 1ª à 30ª edição (2013) até a exposição Vento (2020), que integra a 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, atual edição da mostra.

Audioguias são longos companheiros de exposições, e desde a 30ª Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas (2012), a Fundacão Bienal desenvolve conteúdos em áudio de forma contínua. No entanto, ao longo dos anos, a fundação buscou diversificar tanto a linguagem usada quanto os formatos escolhidos para esses importantes registros sonoros.

Ouvinte do campo sonoro, o audioguia da 32a Bienal de São Paulo. 11/10/2016 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo

Um exemplo é o projeto Campo Sonoro da 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva, uma plataforma de sons complementares à exposição desenvolvida em colaboração com os artistas da mostra em torno de suas pesquisas e inspirações. Composto por mais de 60 faixas (5h de áudio), o projeto traz depoimentos de artistas sobre as obras de outros participantes da 32ª Bienal; músicas, cantos, batidas e sons gravados ou extraídos das pesquisas artísticas; leituras de poemas escritos e recitados pelos artistas; conversas entre artistas e colaboradores envolvidos no desenvolvimento das obras etc. Cada aúdio é acompanhado pela transcrição em português e em inglês.

Está a disposição, por exemplo, a série de entrevistas da artista Katia Sepúlveda com sete mulheres sobre a possível existência de um feminismo mapuche a partir da experiência do feminismo comunitário boliviano. Outro exemplo é a leitura cênica, escrita e dirigida por Grada Kilomba, baseada em seu livro Memórias da plantação: episódios do racismo diário, cujo registro sonoro da apresentação no Teatro Ballhaus Naunynstrasse, em Berlim, 2015, pode ser ouvido aqui.