Foto: Marcelo de Jesus/ Divulgação

De cara, já me avisaram: você vai ler este livro de uma vez. Na hora da compra, ouvi: “vai ler tudo num dia”. Essas duas afirmações tão “convictas” me fizeram duvidar. Por que eu teria a mesma reação deles ? O fato é que a escrita simples, alegre e fluida de Maria Beltrão faz com que a leitura seja feita no mesmo mood. Você acompanha este seu ritmo até o fim.

Ela eu já sabia ser uma profissional com gabarito para ocupar o lugar em que está e muito mais. Culta, bem-educada no sentido maior da palavra; aquela que teve acesso às coisas importantes da vida. O que eu não conhecia era o mundo de Maria.

Mundo que ela parece tecer como uma renda, delicada e pacientemente. Um mundo de amor, fé, gratidão e música, muita música. Suas muradas de afeto são feitas por sua mãe, seu tio Milton, sua irmã, seu marido, sua filha e sua enteada. Além de um grupo de amigas cativado muito cedo, ainda pequena, no colégio. Hoje também é um grupo de oração que se apoia mutuamente deixando toda essa corrente mais forte.

Maria discorre sobre suas lembranças de ontem e hoje, mostrando a causa e o sintoma. Como na primeira vez em que viu o Fantasma da Ópera aos 15 anos na Broadway – com elenco original, faz questão de frisar – e desde então se apaixonou por musicais, paixão esta que divide com a filha Ana até hoje. É com ela que costuma dançar e cantar, além de assistirem juntas a esse gênero sempre que podem. Ela conta que o impacto foi tamanho à Maria adolescente que depois do episódio saiu comprando tudo para mergulhar a fundo naquele universo, saber todas as músicas, viver intensamente aquele momento. O mesmo aconteceu com A Noviça Rebelde e aí aconteceria o début da jovem Maria nos melhores do gênero.

O livro é resultado de um desafio feito pelo marido: ele a provocou, sugerindo que ela escrevesse um morning paper de três páginas. Insistiu tanto, que ela topou e o resultado é este livro que escorrega por nosso imaginário, fazendo com que seja breve em nossas mãos.

Sua escrita me fez lembrar de jornalistas que fizeram muito sucesso na ficção simultaneamente. Helen Fielding de “O Diário de Bridget Jones”; Josephine Hart de “Perdas e Danos”; Lucia Etxebarria de “Amor, Curiosidade, Prozac e Dúvidas”. O que elas têm em comum é a força com a qual imprimem sua personalidade na ficção. E é exatamente pelo fato do livro de Maria não estar nessa classificação, que ganha toda esse vigor que a equipara às demais.

Na semana de lançamento, o livro já estava entre os top five da Amazon nas duas versões: tradicional e ebook. Dona de um grande carisma, convida todos para o seu momento literário – sucesso garantido. Vida longa à escritora Maria!

Serviço:

Título: O Amor Não Se Isola
Autora: Maria Beltrão.
Editora Máquina de Livros.
123  Paginas
Valor: R$ 42,00.