A multiartista Dani de Moura, que vive no eixo Paris – Belo Horizonte – São Paulo, amplia ainda mais sua pluralidade e começa a escrever mais um capítulo da sua carreira sobre um novo “suporte”: a pele humana. A tatuagem agora é mais uma expressão dos seus muitos discursos.

Pluralidade é mesmo uma palavra que ajuda a traduzir a atuação dessa mineira de BH que vive desde 2010 na capital francesa. Sua pesquisa artística tem como objeto a organicidade corporal em uma perspectiva experimental.

O corpo e seus resíduos são utilizados como matéria prima e suporte para a realização de instalações, performances, vídeos e fotografias que materializam poeticamente questões de gênero, abjeção, erotismo e morte. O extenso portfólio da artista contempla ainda pinturas, bordados, tecelagens, objetos e pintura mural.

As aquarelas que combinam pigmentos tradicionais com sangue menstrual deram vida a série Orchidaceaes clitorisvulvaris, orquídeas em que pétalas e sépalas tomam a forma de um clitóris, e os labelos se transformam em vulvas.

Essa delicada mistura de desenhos botânicos com anatomia feminina começa agora a ganhar pele na forma de tatuagens. Em breve as orquídeas vulvares também poderão ser vestidas. A startup Mon Petit Tartis vai lançar em julho uma série limitada de camisetas estampadas com as composições botânicas da artista.

O currículo de projetos em BH, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris e outras cidades da Europa é extenso. Em meio às performances podemos destacar Banquete Antropofágico, realizada no festival Cri d’amour pour le Brésil no Mains d’Œuvres (2018) e no festival Performing Lives do evento acadêmico Second European Pragmatism Conference (2015) em Paris.

E ainda a performance Religare, realizada no encontro entre mulheres performers Perpendicular em BH (2016); mais a performance coletiva Corpus Vivant, que integrou o festival L’élection parfaite na Gaîté Lyrique em Paris (2017).

Seus vídeos foram exibidos em festivais como: Taboo, Transgression, Transcendence na Ionian University, em Corfu, Grécia (2016); La Semaine Floue em Paris (2016); Now and After em Moscou, Rússia (2015); e na 27a edição do festival Les Instants Vidéo em Marseille, França (2014).

Com suas obras plásticas, Dani de Moura integrou exposições e salões como o ParisArtistes (2014), Héroïnes : Le défi des femmes (2014) e La limite de mon désir (individual, 2011), em Paris; Olheiro da Arte, no Rio (2010) e CorpoInstalação, no SESC Pompéia, em São Paulo (2009).

Daniella de Moura tem doutorado em Artes pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (2016); mestrados em Estética e História das Artes Plásticas pela Universidade Paris 8 (2011), e em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG (2010). O bacharelado em Escultura e a licenciatura em Artes também foram cursados na Escola de Belas Artes da UFMG.

Mais informações sobre o trabalho da artista podem ser acessadas pelo seu site.

Fotos: divulgação